Queimada próxima da rede elétrica, além de danificar os equipamentos e cabos, prejudica o fornecimento de energia para os clientes da região traz o risco de acidentes (Foto: Reprodução/Internet)
O Cerrado brasileiro, que cobre aproximadamente 24% do território do país, é amplamente reconhecido por sua biodiversidade única, mas enfrenta anualmente um desafio crescente: as queimadas, sejam de origem natural ou humana. Esses incêndios impactam não apenas a vegetação, mas também a infraestrutura elétrica, representando uma ameaça crítica à estabilidade energética do Brasil.
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), entre janeiro e julho de 2024, foram reportadas 29.859 interrupções no fornecimento de energia causadas por queimadas próximas a linhas de transmissão de alta tensão. Esse número reflete um aumento de 34% em relação ao mesmo período de 2023, evidenciando a gravidade do problema para o setor energético.
Como as queimadas afetam a infraestrutura elétrica?
Para além das dificuldades causadas pelas queimadas, o setor enfrenta o desafio de fazer o mapeamento dos focos de incêndio e a proximidade deles em relação às linhas de transmissão, que se tornou essencial para reduzir os danos. Atualmente, as empresas do setor utilizam tecnologias de georreferenciamento e drones para monitorar as áreas vulneráveis e identificar onde o fornecimento de energia foi interrompido devido à proximidade com pontos de queimada.
O monitoramento em tempo real oferece uma vantagem estratégica, permitindo às concessionárias planejar manutenções preventivas e reagir rapidamente quando os primeiros sinais de perigo são detectados. No entanto, a extensão da rede elétrica nacional, que se estende por áreas remotas e de difícil acesso, torna essa tarefa complexa.
Monitoramento de riscos na rede elétrica: Tecnologias e desafios
Monitorar e mapear os focos de incêndio e sua proximidade com as linhas de transmissão tornou-se essencial para minimizar danos. Empresas do setor estão recorrendo a tecnologias de georreferenciamento e drones para identificar rapidamente áreas vulneráveis e locais onde o fornecimento de energia foi interrompido.
Esse monitoramento em tempo real permite que as concessionárias de energia planejem manutenções preventivas e reajam rapidamente aos primeiros sinais de perigo. No entanto, a extensão da rede elétrica nacional, que cobre regiões remotas e de difícil acesso, representa um desafio contínuo.
Qual o impacto das queimadas na geração de energia solar?
O acúmulo de fuligem nas placas fotovoltaicas reduz significativamente sua capacidade de geração de energia. No Cerrado, onde a energia solar está em expansão, esse fenômeno afeta diretamente a eficiência das usinas solares. As placas sujas operam com menor eficiência, exigindo limpezas frequentes e elevando os custos operacionais.
Algumas empresas estão investindo em tecnologias de autolimpeza para as placas, além de aprimorar o monitoramento do acúmulo de poeira e fuligem. Segundo o Climatempo, o Brasil registrou mais de 109 mil focos de incêndio até agora em 2024, um aumento de 78% em relação ao ano anterior. A estiagem, prevista para durar até novembro, deve continuar afetando negativamente a eficiência das usinas solares.
Os desafios e o futuro da transição energética brasileira
O Brasil tem investido cada vez mais em fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica, mas as queimadas e outros eventos climáticos extremos representam obstáculos significativos nessa transição. Além de comprometer a geração de energia renovável, as queimadas também afetam a produtividade de indústrias, comércios e o dia a dia de milhões de brasileiros.
A confiança na estabilidade do sistema elétrico é abalada, forçando o país a buscar soluções emergenciais para garantir a continuidade do fornecimento de eletricidade.