Pesquisa internacional coloca o país como força motriz da transição energética entre as maiores economias do mundo| Imagem: Envato

Em 2023, o Brasil destacou-se globalmente ao registrar o segundo maior aumento anual na geração de energia solar e eólica, ficando atrás apenas da China. Conforme o relatório do think tank Ember, divulgado na última quinta-feira (11/07), o desempenho do setor elétrico dos países do G20 foi analisado com foco especial na geração de energia renovável.

O estudo revela que o Brasil alcançou 89% de sua eletricidade proveniente de fontes renováveis em 2023, o maior percentual entre os países do G20. Em comparação, a China, que é a maior geradora de energia renovável em termos absolutos, teve 31% de sua energia gerada a partir de fontes limpas.

Nos últimos anos, o Brasil tem intensificado seus investimentos em energia solar e eólica, resultando em um crescimento expressivo nesses setores. A geração de energia solar, especificamente, apresentou um aumento notável de 72% entre 2022 e 2023. Em 2022, a geração solar foi de 30 TWh (terawatt-hora), subindo para 52 TWh em 2023, representando 7,3% de toda a eletricidade produzida no ano passado.

Dados mensais recentes indicam um crescimento contínuo da energia fotovoltaica em 2024: a geração solar de janeiro a maio foi 68% maior em comparação com o mesmo período de 2023. Esse crescimento demonstra a eficácia das políticas e investimentos em energias renováveis no Brasil.

A pesquisa também destaca que algumas economias do G20 estão reduzindo suas emissões de carbono, embora ainda não em ritmo suficiente para atingir as metas climáticas globais. A maioria dos países membros já ultrapassou o pico de emissões do setor elétrico há pelo menos cinco anos. Em 2023, as maiores quedas de emissões na Europa foram registradas pela França (-22%) e Alemanha (-19%). O Brasil, por sua vez, apresentou uma redução de 1,9%, mantendo o menor índice de emissão per capita das últimas duas décadas, com uma breve exceção em 2014, quando perdeu a posição para a França.

O sucesso do Brasil na transição para uma matriz energética mais limpa não só atende à crescente demanda por eletricidade, mas também posiciona o país como um modelo global. O Brasil se destaca por utilizar sua base hidrelétrica e complementar a demanda com geração solar e eólica. Esse mix energético sustentável tem sido fundamental para a redução das emissões de carbono e para o alcance de uma economia de baixo carbono.

A estratégia brasileira inclui incentivos governamentais para o desenvolvimento de projetos de energia renovável, políticas de financiamento para tecnologias verdes e uma legislação favorável ao crescimento do setor. Além disso, a inovação tecnológica tem desempenhado um papel crucial na expansão da capacidade de geração de energia solar e eólica, aumentando a eficiência e reduzindo os custos.

O avanço na geração de energia renovável no Brasil também tem um impacto positivo na economia e na sociedade. A criação de empregos no setor de energia solar e eólica tem sido significativa, contribuindo para o desenvolvimento regional e a diversificação da economia. Além disso, a redução da dependência de combustíveis fósseis diminui a vulnerabilidade do país a flutuações nos preços internacionais do petróleo e do gás.

O futuro da energia no Brasil parece promissor, com um potencial enorme para continuar liderando a transição para um sistema energético mais sustentável. A combinação de investimentos contínuos e inovação tecnológica será crucial para manter o crescimento e consolidar o país como um líder global em energia renovável.

O Brasil se consolida como um exemplo para outras economias emergentes na substituição de combustíveis fósseis, liderando a geração de energia renovável do G20 e demonstrando a viabilidade de um futuro energético sustentável. O país tem mostrado que é possível crescer economicamente enquanto se reduz as emissões de carbono e se protege o meio ambiente, servindo de inspiração para nações ao redor do mundo.