Com a La Niña se aproximando trazendo um período sem chuvas, o risco de falhas na rede elétrica aumenta devido ao desabastecimento das hidrelétricas. Imagem: Envato.
Você já parou para pensar se a energia solar funciona quando falta eletricidade na rede elétrica?
Diversos fatores podem contribuir para o desabastecimento de energia elétrica pelas distribuidoras. As mudanças climáticas extremas, cada vez mais frequentes ao longo dos anos, desempenham um papel significativo nesse cenário. Além disso, a crise hídrica aumenta consideravelmente o risco de apagões na rede elétrica, e com a chegada do inverno na última semana, esse risco aumenta por trazer consigo um período com poucas chuvas que pode contribuir significativamente para panes elétricas.
As previsões meteorológicas indicam uma probabilidade de 75% de chance de ocorrência do fenômeno La Niña na virada do mês, o que traz a possibilidade de um atraso no início do período úmido. Em outros eventos de La Niña, observamos que a estiagem do inverno é geralmente seguida por um verão com fortes chuvas, que acaba compensando a falta de água.
O inverno, apesar de trazer riscos de escassez hídrica, pode favorecer a energia solar, mas como a energia solar pode ser uma solução eficaz durante os apagões? É nesse cenário que entram os sistemas Off Grid e On Grid.
Sistema Off Grid
Os sistemas de energia solar que não são conectados à companhia de distribuição de energia, conhecidos como sistemas Off Grid, funcionam independentemente das flutuações da rede pública. Isso significa que, em caso de desabastecimento pela distribuidora, esses sistemas continuam operando, pois são totalmente autônomos.
No entanto, como qualquer outro sistema fotovoltaico, durante a noite, não há produção de energia, e em dias de baixa luminosidade, a geração é reduzida. Para garantir o abastecimento contínuo, esses sistemas utilizam baterias que armazenam toda a energia excedente gerada ao longo do dia. Essa energia acumulada é então utilizada para alimentar a edificação durante os períodos noturnos e nos dias chuvosos.
É importante destacar que esses sistemas não são afetados pela rede de distribuição convencional, tornando-os uma solução contra a falta de energia da concessionária. Contudo, o custo elevado desses sistemas, devido às baterias necessárias para o armazenamento de energia, pode torná-los inviáveis para demandas maiores, como indústrias e grandes empresas. Cada bateria deve ser adquirida conforme a necessidade de consumo, o que encarece substancialmente o valor total do sistema fotovoltaico.
Sistema On Grid
Por outro lado, os sistemas ON GRID, conectados à rede de distribuição, injetam a energia excedente na rede elétrica da distribuidora. Em troca, os proprietários recebem créditos que podem ser usados para compensar o consumo de energia durante a noite ou em dias nublados. No fim do mês, esses créditos são automaticamente utilizados para reduzir a fatura de energia. Segundo as regras da ANEEL, os créditos podem ser acumulados por até cinco anos e utilizados para abater o consumo de outros imóveis do mesmo proprietário atendidos pela mesma distribuidora.
Apesar de sua eficiência, os sistemas ON GRID operam paralelamente à rede elétrica, e, portanto, durante uma interrupção no fornecimento pela distribuidora, esses sistemas também deixam de funcionar. Isso ocorre devido a uma medida de segurança chamada sistema de anti-ilhamento, que desliga os sistemas solares para permitir reparos seguros na rede elétrica.
Portanto, uma alternativa inovadora são os sistemas híbridos de energia solar, que combinam a conexão à rede de distribuição com a independência das baterias. Esses sistemas utilizam baterias para garantir o fornecimento de energia durante interrupções na rede elétrica.
