Dados da CCEE mostram queda na operação de hidrelétricas e forte avanço na produção de usinas térmicas no Brasil (Foto: Envato)
A produção de energia solar das usinas fotovoltaicas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) teve um crescimento expressivo de 43,2% na primeira quinzena de outubro, alcançando uma média de 4.053 megawatts médios (MWmed). Em comparação ao mesmo período de 2023, quando a produção foi de 2.831 MWmed, esse aumento destaca a crescente importância da energia renovável no Brasil, segundo uma análise preliminar da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Além da energia solar, as usinas eólicas e térmicas também mostraram avanços significativos, com aumentos de 5,6% e impressionantes 115,6%, respectivamente, no mesmo intervalo. No entanto, as hidrelétricas enfrentaram um desafio, apresentando uma queda de 19,7%. No total, a geração de eletricidade no SIN foi de 73.212 MWmed, refletindo um incremento de 1,9% em relação ao período anterior.
Consumo de energia elétrica no SIN
O relatório da CCEE também revelou que o consumo de energia elétrica no SIN atingiu 70.558 MWmed, o que representa um aumento de 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ambiente de Contratação Livre (ACL) permaneceu estável, enquanto o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) cresceu 3,7%.
Entre os estados, Alagoas registrou a maior queda no consumo de energia, com -7,4%, seguido por Rio Grande do Norte (-5,5%), Acre (-4,3%), e Amapá e Mato Grosso do Sul (-4,0%). Por outro lado, os estados com os maiores aumentos foram Maranhão (10,9%), Tocantins e Santa Catarina (10,6%), e Minas Gerais (7,8%).
Setores com maior variação no consumo de energia
Os setores que se destacaram com os maiores avanços no consumo de energia incluíram a indústria de veículos (10,9%), produtos manufaturados diversos (6,9%), o setor têxtil (3,7%) e a indústria de madeira, papel e celulose (3,2%). Em contrapartida, os setores que enfrentaram as maiores quedas foram serviços (-8,9%), comércio (-5,3%), telecomunicações (-5,1%) e transportes (-4,8%).
Aumento da carga de energia elétrica
O SIN também registrou um aumento de 7,8% na carga de energia elétrica do país entre setembro de 2023 e agosto de 2024, em comparação com o período de setembro de 2022 a agosto de 2023. Essa informação, divulgada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), reflete a recuperação da atividade econômica, que tem impulsionado o consumo de eletricidade.
Quando se compara apenas os meses de agosto de 2023 e 2024, houve um crescimento de 4% na carga de energia, passando de 72.734 MWmed em 2023 para 75.978 MWmed neste ano. Para atender a esse aumento na demanda de energia elétrica, a oferta de fontes renováveis tem sido crucial.
Crescimento regional
Esse crescimento na carga foi observado em todas as regiões do Brasil, com destaque para o Nordeste, que atingiu 12.855 MWmed, e o Norte, com 8.093 MWmed. Ambas as regiões apresentaram crescimentos de 8,7% e 7,7%, respectivamente, em agosto deste ano em comparação ao mesmo mês do ano anterior.