Energia solar já soma mais de 48 GW de capacidade instalada no Brasil (Foto: Envato)
A energia solar no Brasil alcançou um marco importante ao atingir mais de 20% de participação na matriz elétrica nacional, consolidando seu crescimento no cenário energético do país. São mais de 48 gigawatts (GW) de potência instalada, a combinação de grandes usinas solares e sistemas de micro e minigeração distribuída. Este crescimento reflete não apenas um movimento tecnológico desponta o Brasil como um dos principais players na transição energética global.
Expansão acelerada da solar no Brasil
De acordo com o boletim divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) em 15 de outubro, os números atualizados até o dia 9 mostram um avanço expressivo da energia solar. Este avanço coloca a fonte como a segunda maior do país, com 20,2% de participação na matriz elétrica, atrás apenas da geração hídrica, que detém 46% (109,9 GW de um total de 239,2 GW). Desde janeiro de 2024, o setor de energia solar apresentou um crescimento de quase 4%, o que reforça a velocidade com que a fonte vem ganhando espaço.
Este ritmo de crescimento é especialmente significativo quando comparado com outras fontes renováveis. A eólica, por exemplo, que também possui grande potencial no Brasil, aumentou sua participação de 12,9% para 13,5% neste ano, um avanço relevante, mas bem mais modesto quando comparado à solar. O crescimento da fonte solar é impulsionado por uma série de fatores, como o aumento da competitividade tecnológica, a queda nos custos de implantação e a abundante irradiação solar no território brasileiro.
A expectativa é que esse de crescimento seja contínuo. Além de consolidar a liderança do Brasil no setor, o crescimento da energia solar pode desencadear uma série de efeitos positivos, como o aumento da segurança energética, a redução dos custos de eletricidade a longo prazo e o fortalecimento da posição do país no cenário global de energias limpas.
Atração de investimentos e impactos econômicos
Um dos pilares que sustentam o avanço da energia solar no Brasil é a sua capacidade de atrair investimentos. Desde 2012, o setor foi responsável por canalizar aproximadamente R$ 222,4 bilhões em investimentos diretos ao país. Esses recursos refletem a confiança dos investidores no potencial do mercado brasileiro.
Além do volume expressivo de investimentos, a energia solar também desempenha um papel importante na arrecadação pública. Ao longo dos últimos anos, a expansão do setor gerou mais de R$ 68,6 bilhões em tributos e taxas para os cofres públicos.
O setor também tem sido um importante gerador de empregos. Desde 2012, a expansão da energia solar no Brasil criou mais de 1,4 milhão de empregos verdes, muitos deles em regiões onde a geração de oportunidades de trabalho era limitada. Esses postos de trabalho são distribuídos ao longo da cadeia produtiva do setor, desde a fabricação de painéis e componentes até a instalação e manutenção de sistemas fotovoltaicos.
Benefícios ambientais e a transição energética
O impacto da energia solar vai além da economia; seus benefícios ambientais são inegáveis. Ainda de acordo com a ABSOLAR, já foram evitados a emissão de mais de 58,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. A redução significativa contribui diretamente para o cumprimento das metas climáticas estabelecidas pelo Brasil no Acordo de Paris.
Em terras brasileiras, a energia solar também pode democratizar o acesso à eletricidade. O crescimento da micro e minigeração distribuída permite que consumidores residenciais, comerciais e rurais instalem sistemas fotovoltaico em suas propriedades, gerando sua própria energia e reduzindo a dependência da rede elétrica convencional.
Quais as projeções futuras?
Especialistas do setor acreditam que, nos próximos anos, a participação da energia solar na matriz elétrica brasileira pode ultrapassar novos patamares, possivelmente chegando a 30% até o final da década.
A expansão da infraestrutura de transmissão e distribuição de energia será importante para suportar esse crescimento. A integração da energia solar em larga escala exige modernização da rede elétrica, com investimentos em linhas de transmissão que conectem regiões de alta geração solar, como o Nordeste e o Centro-Oeste, aos principais centros consumidores do país.
Com uma base construída nos últimos anos, o futuro da energia solar no Brasil parece promissor e, mais do que nunca, essencial para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do país.