Bandeira tarifária nas contas de luz passa a ser amarela em julho, após 26 meses sem cobrança extra – Imagem: Envato
Pela primeira vez, após 26 meses consecutivos na bandeira verde, o governo acionou a bandeira amarela para as tarifas de energia em julho. Com isso, haverá cobrança adicional, encarecendo o preço da energia elétrica.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a conta de luz terá um acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos em julho. O motivo para o acionamento da bandeira amarela é a previsão de chuvas abaixo da média para o segundo semestre, aliada ao aumento das temperaturas e ao maior consumo de energia elétrica.
O segundo semestre de 2024 deve apresentar 50% a menos de chuvas em relação ao mesmo período de 2023, o que implica menos reposição de água para as usinas hidrelétricas, que ainda representam o principal meio de fornecimento de energia do país, correspondendo a 51,3% da matriz nacional.
O que é e como funciona o sistema de bandeiras?
A bandeira tarifária é um mecanismo criado pela Aneel para indicar as condições de geração de energia no país. Ela funciona como um sinal de alerta para o consumidor, informando se a produção de energia está favorável (bandeira verde), menos favorável (bandeira amarela) ou desfavorável (bandeira vermelha). Esse sistema permite uma melhor gestão do consumo de energia, incentivando a economia nos períodos de escassez e maior custo de produção.
Atualmente, esse sistema de bandeiras é constituído de quatro patamares: verde (sem custo extra); amarela (acréscimo de R$ 1,88/kWh); vermelha patamar 1 (acréscimo de R$ 4,46/kWh); e vermelha patamar 2 (acréscimo de R$ 7,87/kWh). Cada patamar reflete a condição dos reservatórios das usinas hidrelétricas e os custos adicionais para a geração de energia.
Por que as bandeiras são importantes?
Compreender as bandeiras tarifárias é essencial para os consumidores ajustarem seu consumo de energia de acordo com as condições do sistema elétrico. Durante períodos de bandeira vermelha, por exemplo, há um incentivo maior para economizar energia, o que pode reduzir significativamente o impacto financeiro nas contas de luz.
Além disso, as bandeiras tarifárias aumentam a transparência na conta de luz, revelando o custo real da geração de energia no momento do consumo. Este sistema de sinalização é fundamental para uma gestão eficiente do consumo de energia, incentivando a redução do uso durante períodos de maior custo. Isso não só pode resultar em economia nas contas de luz, mas também promove um uso mais eficiente dos recursos energéticos.
Ajustar o consumo de energia com base nas bandeiras tarifárias permite aos consumidores economizar dinheiro e contribuir para a sustentabilidade do sistema elétrico. A adoção de práticas de eficiência energética é crucial, especialmente durante períodos de bandeira vermelha, para minimizar os custos adicionais e utilizar os recursos de forma mais eficaz.
E como funciona para quem tem energia solar?
O Brasil, além de seu vasto potencial hídrico, possui também um enorme potencial solar devido aos altos níveis de irradiância. Assim como a energia gerada por hidrelétricas, a energia solar emerge como uma opção sustentável para o país.
A energia solar oferece proteção contra aumentos na tarifa de energia e as bandeiras tarifárias. Todos os usuários podem se beneficiar da previsibilidade de custos proporcionada pela energia solar por pelo menos 25 anos, garantindo economia e estabilidade financeira.
Os sistemas fotovoltaicos permitem que os consumidores dependam menos da energia fornecida pela rede distribuidora. As bandeiras tarifárias incidem apenas sobre a energia ativa consumida da rede, resultando em uma economia adicional para os usuários. Além disso, a bandeira é aplicada somente na diferença entre a energia injetada na rede e a energia consumida da distribuidora.
O aumento nas tarifas de energia, frequentemente causados pela escassez hídrica, têm um impacto reduzido para aqueles que utilizam energia solar. Quanto mais energia renovável é utilizada, menor é a chance de custos altos a serem cobrados.